segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Retornando depois de 10 anos!!

 Olá, estou de volta. 

Do nada hoje me lembrei desse projeto. E deu vontade de escrever de novo. Será que os ares neste país me fizeram sentir falta de escrever o que vai aqui pela minha mente?

Pode ser....

Passaram-se 10 anos e estamos em pleno processo eleitoral no Brasil. Um momento crítico para a nossa democracia, talvez um dos mais críticos. Democracia sendo açoitada diariamente, muita violência política, muito desrespeito à nossa constituição.

Passaram-se quatro anos mas na verdade parece que foi um século! A sociedade brasileira se degradou de um jeito assustador! Medo de não conseguirmos recuperar um pouco da nossa civilidade. Às vezes acho que estamos caminhando para um país totalitário e fundamentalista. 


Tomara que ainda tenhamos tempo para mudar o rumo desse desastre. E viva a natureza, bela como ela é!

Fonte: Própria (2022)


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Meu cão



Hoje é um dia particularmente triste para mim. Tive que tomar uma decisão que nunca havia me passado  pela cabeça que teria que tomar. Apesar de toda a racionalidade, de saber que é a melhor coisa a fazer, de defender essa opção, não foi nada fácil. Ter que definir entre a vida e a morte de um ser que depende de você é muito duro. Principalmente depois de tantos anos. Foram mais de 15 anos juntos.



Mas, agora é pensar que foi a melhor coisa. Não gosto de sofrimento físico, nem para as pessoas nem para os animais. Não faz nenhum sentido.

Quero lembrar que foi ótimo ser a dona desse cão meio alucinado, que aprontou tudo que pode, que tinha pavor de trovões, ventos e chuva!

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A Física em Chico Buarque - parte 3




A música da vez é Rosa dos Ventos. Esta música foi gravada no álbum Chico Buarque de Hollanda nº 4, de 1970. Parte desse álbum foi gravada ainda no exílio, em Roma, e retrata de maneira muito forte a realidade vivida à época.

A repressão política e cultural calava a todos, causando tristeza e impedindo, inclusive, o choro. Mas a letra mostra também a possibilidade de mudança, e a Rosa dos Ventos acaba por perder-se em meio a revolução que inunda o mar de água doce! Linda e forte, digna de seu autor e de sua época.

E vamos a Física nesta letra!

Rosa dos Ventos

E do amor gritou-se o escândalo
Do medo criou-se o trágico
No rosto pintou-se o pálido
E não rolou uma lágrima
Nem uma lástima para socorrer
E na gente deu o hábito
De caminhar pelas trevas (ausência da luz)
De murmurar entre as pregas
De tirar leite das pedras
De ver o tempo correr (passar do tempo, devido a rotação da Terra em torno do Sol)
Mas sob o sono dos séculos
Amanheceu o espetáculo (início de um novo dia, devido, também, a rotação da Terra em torno do Sol)
Como uma chuva de pétalas (fenômeno meteorológico, precipitação de gotas de água)
Como se o céu vendo as penas
Morresse de pena
E chovesse o perdão
E a prudência dos sábios
Nem ousou conter nos lábios
O sorriso e a paixão
Pois transbordando de flores
A calma dos lagos zangou-se
A rosa-dos-ventos danou-se (representa as quatro direções fundamentais, norte, sul, leste e oeste, e as suas intermediárias)
O leito do rio fartou-se
E inundou de água doce
A amargura do mar
Numa enchente amazônica
Numa explosão atlântica
E a multidão vendo em pânico
E a multidão vendo atônita
Ainda que tarde o seu despertar

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Quer ouvir a música, clique aqui! E divirta-se.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Futuros Amantes - uma outra dica

Na busca por informações sobre a música encontrei esse site Bem interessante as análises da letra.

Quem se interessar por interpretações pode dar uma olhada.

Muito esclarecedor, as vêzes.

A Física em Chico Buarque - Parte 2


A escolhida de hoje é  a música Futuros Amantes, gravada no CD Paratodos, de 1993.
Na verdade, Física mesmo tem muito pouco. É muito mais poesia.  E é lindíssima!!!

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Futuros Amantes
Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar (mistura de gases que compõem a atmosfera da Terra)
E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos
Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras (acústica – reflexão do som)
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização
Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra voc
ê


Música aqui!

Divirtam-se.


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A Fisica em Chico Buarque - parte 1



Como grande fã da obra de Chico Buarque, resolvi dar uma olhada com olhos diferentes para aquelas coisas tão belas que conheço a tanto tempo.
Será que é possível encontrar Física nas letras maravilhosas dessas músicas?
Fazendo essa pergunta, comecei a investigar esta possibilidade.
E não é que tem Física nestas letras!!!

Vou começar uma série de postagens sobre esse tema. Vamos ver até onde consigo ir.
A ideia é escolher músicas, apresentá-las, e descobrir na letra conceitos físicos.

Para começar, escolhi um música que gosto muito, A Ostra e o Vento, canção tema do filme brasileiro de 1997, de mesmo nome, dirigido por Walter Lima Jr., com trilha sonora de Wagner Tiso. Esta canção foi gravada por Chico no CD As Cidades, de 1998. Belíssima!!!

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A Ostra e o Vento

Vai a onda (perturbação oscilante de alguma quantidade física no espaço e periódica no tempo; pulso que se propaga)
Vem a nuvem (conjunto visível de partículas muito pequenas de água ou gelo, ou ambos, suspensas na atmosfera)
Cai a folha (ação da força gravitacional)
Quem sopra meu nome?
Raia o dia (efeito da rotação da Terra)
Tem sereno (precipitação da umidade do ar por condensação)
O pai ralha
Meu bem trouxe um perfume?
O meu amigo secreto
Põe meu coração a balançar
Pai, o tempo está virando
Pai, me deixa respirar o vento (fluxo de ar entre regiões na atmosfera com diferentes pressões)
Vento
Nem um barco
Nem um peixe
Cai a tarde (mais rotação da Terra!)
Quem sabe meu nome?
Paisagem
Ninguém se mexe
Paira o sol (equilíbrio do sistema planetário)
Meu bem terá ciúme?
Meu namorado erradio
Sai de déu em déu a me buscar
Pai, olha que o tempo vira
Pai, me deixa caminhar ao vento (efeito da força de atrito)
Vento
Se o mar tem o coral
A estrela, o caramujo (conjunto de material gasoso e mantido agrupado pela ação de uma enorme força gravitacional; o Sol é um exemplo)
Um galeão no lodo
Jogada num quintal
Enxuta, a concha guarda o mar
No seu estojo
Ai, meu amor para sempre
Nunca me conceda descansar
Pai, o tempo vai virar
Meu pai, deixa me carregar o vento
Vento
Vento, vento
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Acho que acabei! Ou será que ainda tem algum conceito escondido nas entrelinhas? 
Letra da música disponível em aqui. E clipe também.
 



quarta-feira, 23 de maio de 2012

Greve que não te quero greve!!!



Depois de muitos anos me vejo novamente em meio a uma greve de professores das Universidades Federais. 
Mas quanta diferença! Não dá para explicar o tamanho da diferença! Eu, que já fui líder sindical, que conduzi mais de uma greve, que organizei muitas manifestações, aqui e em outros lugares, me pego hoje desacreditando desse tipo de movimento.
Foi-se a esperança de que o movimento coletivo produzirá a mudança? 
Foi-se a ilusão de que a luta da classe trabalhadora é que mudará o mundo? 
Não sei dizer. Mas que algo foi-se, não tenho dúvidas. 
O embate de outros tempos produziu uma cicatriz muito grande, que marca na carne um descrédito com o movimento coletivo, com a categoria dos professores, com tudo isso. 
No entanto, essa constatação incomoda. Talvez isso seja sinal de que, no fundo, alguma esperança resta ainda. 
Só não sei esperança em que!!